quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Josué
Diz-se que a história do mundo é a história dos grandes homens. Algo da história do mundo encontraremos, pois, na história de Josué, precisamente no livro que tem o seu nome: “Livro de Josué”. Começando pela vocação divina e pela missão que lhe foi confiada, acaba o livro por descrever a morte do grande chefe, cujo nome anda ligado à conquista de Canaã na história do famoso povo de Israel.
I. QUEM ERA JOSUÉ
Vários fatores guindaram Josué à chefia do povo escolhido do Senhor. Era descendente da família de José, tão prestigiada na história de Israel. O seu avó Elisama fora orientador da tribo de Efraim através do deserto e talvez encarregado do corpo embalsamado do seu antecessor, para condignamente ser sepultado na Terra da Promissão. O contacto que teve com a civilização e a cultura egípcias (já que no Egito nascera e tomara parte no êxodo: #Nm 32.11 e segs.), preparou-o, como aliás a Moisés, para a grande missão de dar a estrutura e a independência a um novo país. É de frisar como numa das suas últimas proclamações ao povo, lhe lembrou que os seus antepassados prestaram culto a outros deuses no Egito (#Js 24.14). Como auxiliar principal e adjunto de Moisés, em íntimo contacto com ele no cargo de orientador do povo, Josué estava naturalmente indicado como sucessor daquele de quem tanto recebera e com quem tanto aprendera na dura travessia do deserto.
Perante as informações de Calebe, mostrou-se corajoso e homem de fé excepcional, desprezando o relatório apresentado pelos outros dez espias. Confiança no Senhor, acima de tudo.
Já em Refidim mostrara as suas qualidades invulgares de militar, chefiando as tropas israelitas que repeliram um repentino ataque dos amalequitas, desencadeando contra a retaguarda dos hebreus, composta quase exclusivamente por mulheres, crianças e bagagem (#Dt 25.18). Levou-os de vencida Josué e, talvez como recompensa, serviu-se o Senhor da sua intervenção para responder às suplicas de Moisés no alto do monte (#Êx 17.8 segs.).
Eis a largos traços o homem, de cujos dotes naturais, educação e experiência Deus se serviu para chefiar um grande povo e introduzi-lo na Palestina. De nada lhe serviriam, porém, tais qualidades, se a força dinâmica de que dispunha não revelasse a presença de Deus. Foi na realidade ao chamamento do Senhor que brotaram quase em tropel as suas poderosas energias, que haviam de conduzir à soberania de Israel um homem escolhido por Deus. Enfim, estamos em presença dum soldado que se revestiu da completa armadura do Senhor.
II. AUTOR E AUTENTICIDADE DO LIVRO
É de importância extraordinária o lugar atribuído a Josué no Cânon hebraico. A princípio colocavam-no no grupo de livros chamado “Os primitivos profetas”, que incluíram Josué, Juízes, Samuel e Reis. Se na opinião da crítica moderna, a Josué e ao Pentateuco se atribui uma data posterior, admitindo-se serem compilados de numerosos documentos de diferentes datas, já num período muito avançado da história judaica, é de qualquer modo para admirar que o antigo Cânon hebraico considerasse Josué como o primeiro daquele grupo. Por outras palavras, a teoria dos documentos quase exige a substituição do Pentateuco pelo Hexateuco, solução adotada pela crítica, mas que não corresponde ao antigo Cânon. De resto, não é fácil compreender-se como é que os mesmos editores se entregaram, numa data posterior, à tarefa de compilar não só o Pentateuco, mas também Josué.
Mas é curioso observar que muitos críticos modernos não fazem qualquer alusão ao Hexateuco. Ainda que as fontes fossem as mesmas em Josué e no Pentateuco, haveria, no entanto, a distinguir documentos diferentes: o D para Josué e o P para o Pentateuco. Nunca, todavia, qualquer motivo para a separação do antigo Cânon, pois a crítica moderna distingue as mesmas fontes em Josué e no Pentateuco.
Em segundo lugar, a Arqueologia é mais favorável a Josué e à conquista de Canaã do que propriamente ao Pentateuco. Seja como for, sobre um e outro vem trazer luz as recentes escavações, nomeadamente a comprovar a autenticidade das descrições históricas. “Graças a investigações arqueológicas em muitas localidades bíblicas”, escreve o famoso arqueólogo Albright no seu livro Archaeology of Palestine, pág. 229, “é possível estabelecerem-se a época e o significado histórico de muitas listas de cidades bíblicas. Sirva de exemplo o caso da lista de cidades dos levitas em #Js 21 e #1Cr 6, que o crítico Wellhausen, considerou produto artificial da imaginação de algum copista do período que se seguiu ao exílio. Mas, à luz de fatos comprovados pela Arqueologia, chega-se à conclusão de que a lista dessas cidades é muito mais antiga: entre 975 e 950 A.C. e uma pré-história que remonta à conquista”. Outros comentadores, tal como G. E. Wright no livro The Study of the Bible Today and Tomorrow, seguem esta mesma opinião extensiva a mais listas de cidades, e também às fronteiras mencionadas em Js 15-19, admitindo-se que não há razão alguma para se atribuir as listas daquelas cidades a escritores que viveram depois do exílio.
Finalmente, nada há que obste a recorrermos a muitos argumentos internos para defender a nossa tese. No dizer do Reitor Douglas em “The Book of Joshua”, a referência à “grande Sidom” e à “forte Tiro” (#Js 11.8, 19.28-29) supõe que o autor dessas linhas viveu na época em que Sidom era a principal cidade dos fenícios, mesmo superior a Tiro, que só mais tarde se tornou sua rival. É o período em que uma ou várias pedras começam a ser utilizadas como lembrança de qualquer acontecimento célebre registrado no local, onde essa ou essas pedras se encontravam. Assim sucedeu na travessia do Jordão, na sepultura de Acã, e de outros reis, em Siquém (#Js 24.26), o altar (#Js 22.10,34), etc. A alusão que se faz à distribuição das terras pelas diferentes tribos é exposta de tal modo que supõe um autor contemporâneo. A mais completa descrição é a que se refere a Judá, a tribo que primeiro se fixou e que provavelmente cumpriu melhor o seu dever, sob a orientação do fiel e dedicado Calebe. Judá é, em princípio, apresentado como uma grande possessão, tal como José. Depois é-nos contado como a possessão de Simeão foi tirada de Judá; deduz-se que Dã foi tirado de ambas as casas fortes (Judá e José).
Podemos, pois, concluir que, não podendo determinar absolutamente o autor do livro, é evidente que as fontes donde deriva eram contemporâneas dos acontecimentos descritos e, mais ainda, que a forma atual do livro remonta a uma época muito recuada.
III. DATA DA CONQUISTA DE ISRAEL
Os fatores determinantes que nos levam ao conhecimento da data em que Israel conquistou Canaã são dependentes, apenas das investigações arqueológicas. Duas teorias surgem, baseadas nos textos bíblicos e naquelas investigações, para solucionar o caso, se bem que nem todas as dificuldades possam ser facilmente aplanadas.
Garante-nos o #Êx 1.11 que durante o exílio no Egito construíram os israelitas para o Faraó “cidades de tesouros”, tais como Pitom e Ramessés. Ora, há quem afirme serem essas cidades fundadas por Ramessés II (1300-1224 A.C.), o suposto Faraó da opressão, enquanto o seu sucessor Meremptá governava na altura do Êxodo. Isto levaria a admitir-se a entrada em Canaã cerca de 1230 A.C. (Para exame dos argumentos apresentados em mais pormenor, deve consultar-se a “Introdução” ao livro de Juízes neste comentário).
Mas sucedeu que em 1896 foi descoberta uma inscrição de Meremptá (cerca de 1200 A.C.) aludindo a algumas das suas conquistas e falando de tal modo em Israel, que nos leva a supor (ainda que não haja unidade entre os eruditos) que os israelitas não se encontravam já no Egito, mas, possivelmente, instalados na Palestina, numa comunidade organizada e definitiva. Não obstante a oposição dalguns comentadores, outro tanto se pode demonstrar duma inscrição de Ramessés II que dá a idéia de ser Aser uma tribo da Palestina. Mas torna-se difícil, por outro lado, compreender que em tão curto espaço de tempo já se tivesse conquistado a Terra e se tivessem fixado os israelitas em Canaã tal como incluir o governo dos Juízes antes de se instaurar a monarquia.
A identificação, portanto, de Pitom e Ramessés com Ramessés II não é provável, ou pelo menos torna-se muito difícil.
Outra alternativa tem origem em #1Rs 6.1, onde se acentua que o Êxodo teve lugar 480 anos antes de Salomão começar a construir o templo. Como esta data foi fixada em 967 A.C., segue-se que os israelitas invadiram Canaã cerca do ano 1407 A.C..
Garstang, outro erudito, no livro “Joshua-Judges”, afirma que se pode confirmar esta teoria com referências egípcias. Diz que dificilmente se daria a invasão de Canaã numa altura em que o Egito a controlava, podendo defendê-la com o seu poderio. Sem entrar em pormenores nos argumentos apresentados, há paralelos destacados entre a história de Israel, tal como no-la recorda o livro de Juízes e os momentos de prosperidade e decadência do Egito contemporâneo, talvez seja suficiente afirmar que essa data deve coincidir com as cartas de Tell-el-Amarna (cerca de 1400 A.C.). Descobertas em 1887, chegou-se à conclusão de que essas cartas continham a correspondência entre os oficiais egípcios na Palestina ou noutras regiões e o governo central no Egito e frisavam o declínio da influência egípcia em face do avanço do Império Hitita. Seria nesta ocasião de declínio do Egito que provavelmente se deu a entrada de Israel em Canaã. Que esta se registrasse cerca do ano 1400 A.C., dizem outros não ser plausível pelo fato de não haver qualquer alusão à fundação das cidades de Pitom e Ramessés no séc. XIII, precisamente no reinado de Ramessés II. Mas na realidade, foram essas cidades fundadas pelos israelitas, embora mais tarde restauradas com o mesmo nome em honra de Ramessés II, depois de terem os israelitas abandonado o Egito.
IV. O PROBLEMA MORAL NA GUERRA DE ISRAEL
O extermínio total dos cananeus, registado no livro de Josué, surpreende bastante certos comentadores, que a essa descrição bíblica não querem retirar a inspiração divina. Poderemos, com efeito, acreditar nas ordens de Jeová para destruir completamente os habitantes do país? Em caso afirmativo, estará esta revelação de acordo com a revelação que Cristo nos fez do Pai?
Duas soluções apontam os críticos modernos. Afirmam uns que a narração do extermínio dos cananeus foi escrita muito depois dos acontecimentos, idealizando o que teria sucedido para que o culto de Jeová se conservasse puro. Por outras palavras, as atrocidades cometidas não se registraram realmente. Outros críticos então opinam que a revelação de Deus, conservada na primitiva história religiosa de Israel, é a revelação do próprio Jeová, limitada pela capacidade daqueles que a receberam e que o fato de ordenar a destruição dos cananeus representa uma fase bastante primitiva do desenvolvimento religioso.
Ao considerarmos a autoria e autenticidade do livro de Josué, já apresentamos algumas razões que nos levam a não admitir à primeira daquelas hipóteses. Quanto a segunda, há a considerar que se supõe terem-se os israelitas enganado, quando pensaram que Jeová, o seu Deus particular, naturalmente admitia a hipótese de poderem ser eliminados todos os inimigos do Seu povo. Uma revelação posterior (do livro de Jonas, por exemplo) devia mostrar como Deus não deixa de possuir entranhas de amor e misericórdia para com as nações que não fazem parte da comunidade de Israel, ultrapassando-se deste modo a revelação primitiva. É uma teoria, na realidade aliciante, mas que não vem solucionar definitivamente o problema. Também é certo que o conhecimento de Deus se foi aperfeiçoando cada vez mais entre o povo e que, quando muito, o Velho Testamento apenas proporcionava uma parte da revelação divina. Mas o que não podemos crer é que uma revelação posterior venha contradizer uma outra já existente. Deus pode revelar-se progressivamente, mas falo com toda a consistência, para que possamos admitir essa revelação.
Será fácil, então, encontrar uma explicação viável, que não desacredite a inspiração da narrativa nem o seu Autor que a revelou? Antes de mais é necessário ter uma idéia clara do que pode significar a devoção dos cananeus à destruição. Falando, por exemplo, dos habitantes de Jericó, diz-se que a cidade e todos os seus habitantes foram “dedicados” ou “amaldiçoados” (em hebraico: herem). Quer isto dizer que tudo aquilo que pudesse comprometer a vida religiosa da comunidade devia ser afastado, para se evitarem maiores males. O melhor e talvez único meio de o fazer era exterminar isso por exemplo. Parece, pois, que o “anátema” ou “extermínio” tinham uma finalidade religiosa e ao mesmo tempo preventiva: defender o culto religioso e a vida dos israelitas. É neste sentido que se deve procurar uma solução para o problema.
A destruição dos cananeus foi, então, em princípio, um benefício de caráter religioso, conforme no-lo afirma insistentemente o texto sagrado, sendo o povo israelita o instrumento pelo qual Deus castigava os perversos habitantes da terra. Assim como destruíra Sodoma e Gomorra pela mesma espécie de corrupção sem necessidade de recorrer a instrumentos humanos, agora se serviu dos israelitas para punir e desarraigar severamente a depravação cancerosa dos cananeus. Se na realidade o mundo é governado por uma superior lei moral, não podemos deixar de admitir que a justiça se cumpra, quando necessária.
Note-se ainda que o extermínio, como necessidade religiosa, impunha restrições morais (roubo, despojos), que seriam de admitir noutros casos. Não era o prazer do sangue e da chacina; apenas uma ordem divina a cumprir.
Falemos agora da segunda finalidade do extermínio, de caráter preventivo. Se a religião dos hebreus devia conservar-se pura e imaculada, toda e qualquer possibilidade de impureza tinha de ser afastada. Como? Só com medidas drásticas. Mas se os hebreus tinham por missão transmitir ao mundo a Revelação divina, como explicar essa atitude perante os outros povos? E se Israel também transgrediu, por que não sofreu idêntico castigo? Uma coisa é certa: Para que Deus pudesse manter o Seu governo moral e para que Israel transmitisse a mensagem divina ao mundo, convinha que se eliminassem os povos contrários a essa mensagem.
V. A DOUTRINA RELIGIOSA DO LIVRO
O valor religioso de qualquer livro mede-se pelas respostas: que nos diz a respeito de Deus este livro? Que verdade divina nos vem anunciar? Três aspectos pelo menos das relações de Deus com o homem. Vejamo-los:
a) A fidelidade de Deus
Já há muito se falava na promessa feita a Israel de que um dia viria a ser senhor da Terra Prometida. Mas o homem desobedecera e pecara. Iria porventura ser privado daquele privilégio? Não. Os planos de Deus são infalíveis. E a promessa cumpriu-se. Como? percorramos as páginas do livro de Josué.
b) A santidade de Deus
Podemos admirá-la no castigo infligido aos primitivos habitantes da terra. A iniqüidade dos amorreus atingira o ponto culminante e Israel foi escolhido para castigar os seus crimes. Mas a santidade de Deus exige que seja santo também o Seu instrumento. A guerra é também santa, pois só pretende salvaguardar a santidade do instrumento e, no fim de contas, honrar a santidade da mão que o orienta.
c) A salvação de Deus
A palavra Josué ?????? significa “Jeová é a salvação” e é a forma hebraica de Jesus, o nome que está acima de todos os nomes. Será de surpreender que Josué tenha sido uma “figura” ou um “símbolo” de Cristo? Por certo que não! E o livro não simbolizará também a nossa vitória em Cristo? A travessia do Jordão era a morte; mas, para além dele, raiava uma aurora de plenitude, de felicidade e de bênção, que também a nós está prometida. “Temamos, pois, que porventura, deixada a promessa de entrar no Seu repouso, pareça que algum de vós fica para trás” (#Hb 4.1).
Sansão Viu Uma Mulher
Logo depois da conquista da terra prometida sob a liderança de Josué, o povo de Israel abandonou o Senhor e começou a adorar os baalins e a Astarote. Por isso, Deus entregou os israelitas nas mãos de Cusã-Risataim, o rei da Mesopotâmia, que oprimiu a nação durante oito anos. Daí quando os israelitas clamaram ao Senhor, ele levantou Otniel para libertá-los. Este ciclo (de infidelidade, opressão, oração e salvação) se repetiu múltiplas vezes no livro de Juízes. Pelo final do livro uns doze juízes tinham-se levantado para salvar o povo das mãos das nações opressoras. Nestes ciclos o povo de Israel piorou cada vez mais (2:19, todas as citações neste artigo que não mencionam o livro são de Juízes), e a qualidade dos juízes refletiu a postura do povo. Assim, o último juiz do livro, Sansão, foi o pior de todos. Ele tinha tudo para ter êxito. Antes do nascimento dele, o Anjo do Senhor apareceu aos pais para exortar sua mãe a que se consagrasse ao Senhor e que o filho fosse dedicado ao Senhor como nazireu pela vida inteira. Quando ele cresceu, o Espírito do Senhor entrou nele e agiu nele. Sansão ganhou pela vontade do Senhor força sobrenatural e conseguiu fazer coisas inconcebíveis. Não houve nenhum motivo para que ele falhasse. O problema chave na vida de Sansão se resume na primeira sentença que descreve a vida dele: "Desceu Sansão a Timna; vendo em Timna uma das filhas dos filisteus..."(14:1). Desta vez ele pediu que os pais conseguissem esta mulher para ele mas eles responderam: "Não há, porventura, mulher entre as filhas de teus irmãos ou entre todo o meu povo, para que vás tomar espos dos filisteus, daqueles incircuncisos? Disse Sansão a seu pai: Toma-me esta, porque só desta me agrado" (14:3). Deus já havia mandado que Sansão iniciasse a libertação dos israelitas das mãos dos filisteus, porém ele estava apaixonando-se por mulher filistéia (13:5)! Isso provocou terríveis complicações (veja capítulos 14 e 15). Houve outras ocasiões parecidas. "Sansão foi a Gaza, e viu ali uma prostituta, e coabitou com ela" (16:1). "Depois disto, aconteceu que seafeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, a qual se chamava Dalila" (16:4). Nestes dois casos, houve dificuldades. Por último, ele revelou o segredo da sua força a Dalila e ela cortou seu cabelo, o que permitiu aos filisteus prenderem-no e cegarem-no. Ele ficou escravo. Sansão se parecia muito com os próprios israelitas. Os dois nasceram de forma milagrosa, foram chamados a dedicação a Deus, receberam o Espírito de Deus, mas correram atrás das coisas (mulheres/ídolos) dos estrangeiros. O Senhor abandonou tanto Sansão como Israel sem nem eles terem percebido. Eles se tornaram escravos dos filisteus. É triste que Sansão e Israel tivessem tanto potencial, mas perdessem tudo por causa da sua infidelidade ao Senhor. Consideremos algumas exortações que aprendemos. Não deixemos que a aparência se torne muito importante nas nossas relações Parece que Sansão pensou apenas na beleza externa. Certamente ele não se preocupou com questões de religião, nem de moralidade. Ele esteve com várias filistéias e até mesmo com, pelo menos, uma prostituta. Nós vivemos numa cultura fixada na beleza externa. Pessoas gastam muito tempo e bastante dinheiro para tentar aprimorar sua aparência. Quanto a isso, Pedro aconselhou: "Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus" (1 Pedro 3:3-4). Nossa preocupação não deve ser com enfeitar o corpo, mas com santificar o coração. Do mesmo modo, a nossa principal procura em termos de namoro e casamento não deve ser a beleza física. O que deve pesar muito mais para nós é o caráter espiritual. Quando o Senhor preenche nossa alma, a beleza física sem espiritualidade deve ser até repugnante para nós. Evitemos o desejo pecaminoso Sansão deixou que seus olhos o levassem a uma paixão indevida. Ele ficou fixado pelo desejo carnal e perdeu o juízo. Ele nem conseguiu por duas vezes se controlar na presença da insistência de uma mulher pela qual ele havia ficado apaixonado (veja 14:16-17 e 16:15-17). É interessante que Sansão depois ficou cego. Jesus exortou-nos a que, de certa forma nos cegássemos: "Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno" (Mateus 5:29). Jesus falou isso imediatamente depois de ter avisado: "Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela" (Mateus 5:28). Para tirar os pensamentos sensuais da mente temos que começar a tirar os olhos das cenas indiscretas. A determinação de Jó é um bom modelo: "Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela?" (Jó 31:1). Não é possível alimentar nossa mente com lixo e imaginar que depois seremos capazes de preservá-la limpa. Em termos práticos, cristãos têm que evitar as fontes de imagens sensuais. A internet, os filmes, os programas de televisão têm que ser controlados cuidadosamente. Conheço irmãos que simplesmente evitam estas coisas porque percebem que não conseguem controlar-se quando se aproximam do fogo. Tomar decisões radicais quanto ao pecado (até o ponto de arrancar o olho, Jesus afirmou) é bem sensato. Temos que imediatamente desviar os olhos de mulheres que estão vestidas de forma sensual. Talvez determinaremos evitar certos lugares - a praia, por exemplo, porque lá há tantas pessoas usando roupas escandalosas, e sabemos que ficaríamos tentados a pensar de forma sensual. Deixemos de ser pedra de tropeço Jesus avisou com bastante franqueza: "Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!" (Mateus 18:6-7). Tenho conversado com muitos homens sobre estes assuntos. A maneira de mulheres se vestirem, às vezes até mesmo de mulheres cristãs, dificulta bastante manter o pensamento puro por parte dos irmãos. Discípulos que estão se esforçando para não olhar para mulheres encontram sérias complicações quando suas irmãs se vestem de uma forma que atrai a atenção deles. Muitas vezes, as irmãs nem percebem que estão fazendo tropeçar seus irmãos, e outras vezes não se importam com o tropeço porque querem atrair atenção. Mas de qualquer jeito, visto que Jesus advertiu tão severamente quanto às pedras de tropeço, seria aconselhável que as mulheres cristãs refletissem bastante sobre este ponto. Certamente o jeito de elas se vestirem é capaz de complicar a vida espiritual dos irmãos. Não sejamos levados pela aparência quanto ao que parece certo Um tema do livro de Juízes é que as pessoas seguiram os seus próprios sentimentos e acabaram estragando a vida espiritual. Não devemos seguir o que vemos, antes devemos seguir o que Deus ordena. Em 17:6 e 21:25 foi escrito: "Cada um fazia o que achava mais reto". Foram épocas desastrosas na história do povo de Deus. Não há momentos piores do que os eventos dos capítulos 17 a 21 de Juízes. Eles devem nos levar à convicção de que seguir nossos sentimentos, nossas emoções, enfim, o que parece certo para nós, leva a desastre. A chave da vida sensata é viver conforme aos princípios e aos mandamentos do Senhor. Sansão destruiu sua vida deixando seus olhos determinarem sua conduta. Sigamos Jesus, nosso maior modelo Jesus sempre nos mostra o caminho mais certo. Note essa profecia sobre ele: "Não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres e decidirá com eqüidade a favor dos mansos da terra..." (Isaías 11:3-4). Isaías afirmou que Jesus, como o Juiz, nunca seria levado pela aparência das coisas, mas com discernimento profundo julgaria com retidão absoluta. Devemos seguir a ele. Paulo exortou Timóteo a que ele não mostrasse parcialidade e não se enganasse por avaliações precipitadas de pessoas (1 Timóteo 5:21-25). Especialmente quando Timóteo estava indicando presbíteros ele não deveria impor as mãos sobre alguém irrefletidamente, pois nem sempre o verdadeiro caráter da pessoa fica evidente à primeira vista. Nossa visão será uma bênção quando for usada da forma correta. Jesus era aquele que deu aos cegos a capacidade de enxergar (veja Isaías 42:7), mas esta capacidade deve ser usada da forma certa. Pois como qualquer outra habilidade dada por Deus, o homem é capaz de abusar dela. A vida de Sansão deve nos advertir do perigo do mau uso de nossos olhos. |
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Juízes e Reis de Israel/Judá
1- JUÍZES
Após a morte de Josué e dos anciãos, veio uma situação anárquica, em que não havia obediência aos mandamentos divinos (Jz 2.12-15). E em conseqüência disso certas pessoas foram escolhidas por intervenção divina, para governarem a nação como juízes ou libertadores. Não tinham poder de fazer novas leias, mas somente o de julgarem em conformidade com a lei de Moisés. Havia neles, também o poder executivo, embora a sua jurisdição se estendesse somente algumas vezes a certa parte do país. Não tinha estipêndio estabelecido, mas o povo estava acostumado a levar-lhes presentes, ou oferendas. Esta forma de governo durou desde a morte de Josué até à escolha de Saul para ser rei, compreendendo um espaço de 460 anos.
Samuel foi o mais notável dos juízes, parecendo que na última parte de sua vida ele se limitava a exercer principalmente a missão de profeta. Sendo Saul rei, finalizou a forma teocrática de governo (1Sm 8.7). A pessoa do juiz era considerada santa e sagrada, de modo que consultá-lo era o mesmo que “consultar a Deus” (Ex 18.15). Era ele divinamente dirigido, não temendo então a face de ninguém.
Além dos juízes supremos, havia anciãos da cidade, que constituíam um tribunal de justiça, com o poder de resolver pequenas causas da localidade (Dt 16.18).
Os principais juízes foram quinze:
1- Otniel (Jz 3.9) – De Judá, livrou a Israel do rei da mesopotâmia;
2- Eúde (Jz 3.15) – Expulsou os amonitas e os moabitas;
3- Sangar (Jz 3.31) – Matou 600 filisteus e salvou a Israel;
4- Débora (Jz 4.5) – Associada a Baraque, guiando a Naftali e Zebulom à vitória contra os cananeus;
5- Gideão (Jz 6.36) – Expulsou os midianitas do território de Israel;
6- Abimeleque (Jz 9.1) – Pseudo libertador sem autoridade divina;
7- Tola (Jz 10.1) – Subjugou os amonitas;
8- Jair (Jz 10.3) – Subjugou os amonitas;
9- Jefté (Jz 11.11) – Subjugou os amonitas;
10- Ibsã (Jz 12.8) – Perseguiu os filisteus;
11- Elom (Jz 12.11) – Perseguiu os filisteus;
12- Abdom (Jz 12.13) – Perseguiu os filisteus;
13- Sansão (jz 16.30) – Perseguiu os filisteus;
14- Eli (1Sm 4.18) – Julgou a Israel como sumo sacerdote;
15- Samuel (1Sm 7.15) – Agiu principalmente como profeta.
2- REIS
Na história dos hebreus sucedeu o governo teocrático (Juizes). A monarquia, foi uma concessão de Deus (1Sm 8.7;12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8.22,23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9.6), equivale à rejeição da teocracia (1Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1Sm 8.7; Is 33.22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25.23). A monarquia constituída era hereditária, embora a sucessão não fosse necessariamente pela linha dos primogênitos. Quando a coroa era colocada na cabeça do rei, ele formava então um pacto com os seus súditos no sentido de governá-los com justiça (2Sm 5.3; 1Cr 11.3), comprometendo-se os nobres a prestar obediência; e confirmavam a sua palavra com um beijo de homenagem (1Sm 10.1). Os rendimentos reais provinham dos campos de trigo, das vinhas, e dos olivais, e do produto dos rebanhos. Aos reis pertencia a décima parte da produção; recebiam também, os tributos que pagavam os negociantes que atravessavam o território hebraico; os presentes dados pelos súditos; e os despojos da guerra e as contribuições das nações conquistadas. Além disso, tinha o rei o poder de exigir o trabalho forçado, o que era para ele causa de aumentarem seus bens.
Os reis antes da divisão:
1- Saul (por volta de 1.060 aC) 1Sm 10.1
2- Davi (+/- 1.020 aC) 2Sm 2.1
3- Salomão (980 aC) 1Rs 1.39
Na história dos hebreus sucedeu o governo teocrático (Juizes). A monarquia, foi uma concessão de Deus (1Sm 8.7;12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8.22,23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9.6), equivale à rejeição da teocracia (1Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1Sm 8.7; Is 33.22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25.23). A monarquia constituída era hereditária, embora a sucessão não fosse necessariamente pela linha dos primogênitos. Quando a coroa era colocada na cabeça do rei, ele formava então um pacto com os seus súditos no sentido de governá-los com justiça (2Sm 5.3; 1Cr 11.3), comprometendo-se os nobres a prestar obediência; e confirmavam a sua palavra com um beijo de homenagem (1Sm 10.1). Os rendimentos reais provinham dos campos de trigo, das vinhas, e dos olivais, e do produto dos rebanhos. Aos reis pertencia a décima parte da produção; recebiam também, os tributos que pagavam os negociantes que atravessavam o território hebraico; os presentes dados pelos súditos; e os despojos da guerra e as contribuições das nações conquistadas. Além disso, tinha o rei o poder de exigir o trabalho forçado, o que era para ele causa de aumentarem seus bens.
Os reis antes da divisão:
1- Saul (por volta de 1.060 aC) 1Sm 10.1
2- Davi (+/- 1.020 aC) 2Sm 2.1
3- Salomão (980 aC) 1Rs 1.39
Reis de Israel:
1- Jeroboão I (937 aC) 1Rs 11.28
2- Nadabe (915 aC) 1Rs 14.20
3- Baasa ( 914 aC) 1Rs 15.16
4- Elá (891 aC) 1Rs 16.8
5- Zinri (890 aC) 1Rs 16.15
6- Onri (890 aC) 1Rs 16.16
7- Acabe (876 aC) 1Rs 16.29
8- Acazias (856 aC) 1Rs 22.40
9- Jeorão ou Jorão (854 aC) 2Rs 1.17
10- Jeú (842 aC) 1Rs 19.16
11- Joacaz (814 aC) 2Rs 10.35
12- Jeoás (797 aC) 2Rs 13.10
13- Jeroboão II (781 aC) 2Rs 14.23
14- Zacarias (741 aC) 2Rs 14.29
15- Salum (741 aC) 2Rs 15.10
16- Manaém (740 aC) 2Rs 15.14
17- Pecalias (737 aC) 2Rs 15.23
18- Peca (736 aC) 2Rs 15.25
19- Oséias (730 aC) 2Rs 15.30
1- Jeroboão I (937 aC) 1Rs 11.28
2- Nadabe (915 aC) 1Rs 14.20
3- Baasa ( 914 aC) 1Rs 15.16
4- Elá (891 aC) 1Rs 16.8
5- Zinri (890 aC) 1Rs 16.15
6- Onri (890 aC) 1Rs 16.16
7- Acabe (876 aC) 1Rs 16.29
8- Acazias (856 aC) 1Rs 22.40
9- Jeorão ou Jorão (854 aC) 2Rs 1.17
10- Jeú (842 aC) 1Rs 19.16
11- Joacaz (814 aC) 2Rs 10.35
12- Jeoás (797 aC) 2Rs 13.10
13- Jeroboão II (781 aC) 2Rs 14.23
14- Zacarias (741 aC) 2Rs 14.29
15- Salum (741 aC) 2Rs 15.10
16- Manaém (740 aC) 2Rs 15.14
17- Pecalias (737 aC) 2Rs 15.23
18- Peca (736 aC) 2Rs 15.25
19- Oséias (730 aC) 2Rs 15.30
Reis de Judá:
1- Reoboão (937 aC) 1Rs 11.43
2- Abias (920 aC) 1Rs 14.31
3- Asa (917 aC) 1Rs 15.8
4- Josafá (878 aC) 1Rs 15.24
5- Jeorão (851 aC) 2Cr 21.1
6- Acazias (843 aC) 2Rs 8.25
7- Atalias (rainha) (842 aC) 2Rs 8.26
8- Joás (836 aC) 2Rs 11.2
9- Amazias (796 aC) 2Rs 14.1
10- Uzias ou Azarias (777 aC) 2Rs 14.21
11- Jotão (750 aC) 2Rs 15.5
12- Acaz (734 aC) 2Rs 15.38
13- Ezequias (727 aC) 2Rs 16.20
14- Manasses (697 aC) 2Rs 21.1
15- Amon (642 aC) 2Rs 21.19
16- Josias (640 aC) 1Rs 13.2
17- Joacaz ou Salum (608 aC) 2Rs 23.30
18- Joaquim (608 aC) 2Rs 23.34
19- Jeoaquim ou Jeconias (598 aC) 2Rs 24.6
20- Zedequias ou Matanias ( 598 aC) 2 Rs 24.17
1- Reoboão (937 aC) 1Rs 11.43
2- Abias (920 aC) 1Rs 14.31
3- Asa (917 aC) 1Rs 15.8
4- Josafá (878 aC) 1Rs 15.24
5- Jeorão (851 aC) 2Cr 21.1
6- Acazias (843 aC) 2Rs 8.25
7- Atalias (rainha) (842 aC) 2Rs 8.26
8- Joás (836 aC) 2Rs 11.2
9- Amazias (796 aC) 2Rs 14.1
10- Uzias ou Azarias (777 aC) 2Rs 14.21
11- Jotão (750 aC) 2Rs 15.5
12- Acaz (734 aC) 2Rs 15.38
13- Ezequias (727 aC) 2Rs 16.20
14- Manasses (697 aC) 2Rs 21.1
15- Amon (642 aC) 2Rs 21.19
16- Josias (640 aC) 1Rs 13.2
17- Joacaz ou Salum (608 aC) 2Rs 23.30
18- Joaquim (608 aC) 2Rs 23.34
19- Jeoaquim ou Jeconias (598 aC) 2Rs 24.6
20- Zedequias ou Matanias ( 598 aC) 2 Rs 24.17
Juízes
O Livro dos Juízes foi assim chamado pelo grande relevo que nele têm os chefes a quem se deu tal nome (chofetîm). Praticamente o livro é constituído por doze histórias correspondentes aos doze juízes que nele desfilam aos olhos do leitor.
CONTEXTO HISTÓRICO
Depois da sua chegada a Canaã e do seu esta be le cimento no território, como está descrito em Josué, as doze tribos fica ram um pouco à mercê dos povos que ainda ocupavam a terra. Cananeus e filisteus continuavam a sua luta para expulsar as tribos israelitas que se tinham infiltrado em algumas parcelas do seu território; e a conquista total da terra e o consequente predomínio dos israelitas sobre os povos locais ficará para mais tarde, no tempo de David (séc. X a.C.).
Depois da morte de Josué, por volta de 1200 a.C. (Js 24), as tribos fica ram sem um chefe que aglutinasse todas as forças para se defenderem dos inimigos es trangeiros. A única autoridade constituída era a dos anciãos de cada tribo. Além disso, estas pequenas tribos eram muito independentes entre si, e não era fácil congregá-las. Ficavam, assim, mais expos tas aos ataques de filis teus, cananeus, madianitas, amonitas, moabi tas, todos inimigos históricos de Israel.
QUEM SÃO OS JUÍZES
É nestas circunstâncias que aparecem os Juízes. Não são chefes constituídos oficialmente, mas homens e mulheres carismá ti cos, atentos ao Espírito do Senhor, pessoas marcadas por uma forte perso na lidade, capazes de se imporem moralmente perante as outras tribos. Deste modo, quando alguma tribo era atacada, o Juiz congregava as outras para irem em socorro da tribo irmã. Uma outra função que lhes poderia ser atri buí da era a de julgar (da raiz chaphat, que significa “admi nis trar a justiça”, “pro teger”), em casos especiais, função que terá estado na ori gem do nome de “Juízes”.
O tempo dos Juízes é, pois, o tempo da consolidação das tribos no seu ter ri tório, perante os inimigos estrangeiros, e o tempo das primeiras tenta tivas de federação entre as várias tribos com diferentes origens (ver Js 24).
DIVISÃO E CONTEÚDO
Na falta de escrita, as histórias e os feitos dos Juízes passaram pelas tradições orais locais, sobretudo nos santuários, antes de fazerem parte da memória colectiva de Israel.
Com o aparecimento da monarquia e a consequente organização política, social e religiosa, todo este material de carácter histórico, mítico, poético e etio lógico entrou no espólio colectivo de Israel, sendo posteriormente orga nizado por blocos lite rá rios mais amplos. É costume dividir o livro dos Juízes em dois grandes blocos literários:
- I. Tradições sobre a conquista de Canaã (1,1-3,6).
- II. História dos Juízes (3,7-16,31). Nestes, é costume distinguir: Juízes Maiores ou “salvadores”: Oteniel (3,7-11), Eúde (3,12-30), Dé bora e Barac (4,1-5,32), Gedeão (6,11-8,35), Jefté (11,1-40) e Sansão (13,1-16,31); Juízes Menores, que constituem um bloco literário acrescentado mais tarde: Cha megar (3,31), Tola (10,1-2), Jair (10,3-5), Ibsan (12,8-10), Elon (12,11-12) e Abdon (12,13-15). Deste modo se formou o “Livro dos doze Juízes de Israel” (3,7-16,31).
- III. Apêndices: 17-18, sobre a tribo de Dan, e 19-21, sobre a de Benjamim.
Posteriormente foram acrescentadas duas introduções: 1,1-2,5, que apre senta a situação geral das tribos depois da morte de Josué; e 2,6-3,6, que apre senta a História de Israel como uma “História Sagrada”: pecado do povo – castigo de Deus – perdão de Deus. É a concepção deuteronomista da História de Israel, em cujo contexto teológico deverá situar-se este livro.
O livro contém igualmente dois apêndices: os capítulos 17-18, que nar ram a migração da tribo de Dan do Sul para a nascente do Jordão, no Norte; e os capítulos 19-21, que narram o crime dos habitantes de Guibeá, da tribo de Benjamim, tribo que será destruída.
Todas estas tradições, que andavam de boca em boca, juntamente com as de outros heróis nacionais, entram numa colecção comum depois da queda da Samaria (722/721 a.C.). Mas só durante ou mesmo depois do exílio da Babilónia é que o livro foi integrado na grande História de Israel, concluída pelos redactores deuteronomistas e composta pelos seguintes livros: Dt, Js, Jz, 1 Sm, 2 Sm, 1 Rs e 2 Rs.
A estes redactores se devem, certamente, as intro duções gerais já men cionadas (Jz 1,1-3,6), assim como a introdução a cada um dos Juízes. Esta redacção deuteronomista conferiu uma unidade teoló gica a todo o livro, que passou de amálgama de histórias locais a um livro de carácter nacional.
VALOR HISTÓRICO
O livro dos Juízes é um dos chamados “Livros His tóricos” da Bíblia, mas é histórico segundo o modo de escrever História no seu tempo. Nesse género literário cabiam não apenas os factos e os documen tos, como acontece na historiografia moderna, mas também o mito, discur sos (veja-se o belo apólogo de Jotam: 9,7-20), etiologias, peque nos factos do dia-a-dia, etc. Este livro fornece-nos um quadro geral único do modo de vida das tribos de Israel, depois da instalação em Canaã, no que toca à vida política, social e religiosa. É também interessante o facto de nos falar já do difícil relacionamento entre algumas tribos, que irá ter o seu desenlace na separação entre o Norte e o Sul, depois de Salomão.
O tempo dos Juízes corresponde a mais de dois séculos de História, o que lhe confere um valor especial, embora a contagem dos anos fornecidos pelo texto nos dê exactamente 410 anos. Este facto é certamente devido ao uso corrente do número simbólico 40, que significa uma geração, isto é, a vida de uma pessoa. Esta indicação diz-nos bem do carácter aproximativo dos dados cronológicos do livro. A cronologia real da época dos Juízes nunca poderá afastar-se muito do período entre 1200 e 1030.
TEOLOGIA
Como qualquer livro da Bíblia, também o dos Juízes não foi escrito para nos fornecer simplesmente a História factual das tribos de Is rael. Antes de mais, foi escrito para manifestar como Deus acompanha o seu povo na sua História concreta, mesmo no meio dos mais graves aconte cimen t os, como as guerras contra os povos inimigos.
A sua teologia funda mental é proposta pelos redactores deuteronomistas nas Introduções (1,1-3,6), em que aparecem fórmulas características como «os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor» (2,11; 3,7.12; 4,1; 6,1; 10,6; 13,1). Desta infidelidade do povo ao Deus fiel da Aliança segue-se o castigo, que aparece nas derrotas perante os povos estrangeiros; e depois, a vitória, mediante os intermediários do Senhor, os Juízes “salva dores” (3,31; 6,15; 10,1). A ideia teológica que ressalta deste livro é, pois, a imagem que um povo livre tem de Deus, que o acompanha para o libertar.
Não nos devem escandalizar os “pecados” destes Juízes, homens rudes que precisamos de situar no seu tempo e que procedem segundo a moral de então. Caso paradigmático é a história de Sansão. Teremos que tentar, antes, descobrir o que há neles de positivo: a acção de Deus, que os anima com o seu espírito para conduzir o povo de Deus (3,10; 6,34; 11,29; 13,25). Neste sentido, eles foram uma antecipação dos reis de Israel.
QUAIS FORAM OS PEQUENOS E GRANDES JUÍZES E QUANTOS ERAM AO TODO?
Para conhecer bem a história dos juízes, a coisa melhor é ler o Livro dos Juízes. Só dessa forma poderá saber exatamente o que eles fizeram. É uma leitura simples e o estilo narrativo convida à leitura dos 21 capítulos. Em resumo, os juízes foram os primeiros libertadores de Israel, quando chegou na terra de Canã, que defenderam a terra prometida dos inimigos do povo (Filisteus, cananeus, medianitas, amonitas, etc.). Normalmente eles são ligados a uma Tribo de Israel. É costume chamar de Juízes maiores aqueles cuja história é narrada de modo mais detalhado (7): Otoniel, Aod, Débora, Barac, Gedeão, Jefté e Sansão. Invés os menores são (13): Samgar, Tola, Jair, Abesã, Elon e Abdon. Às vezes se diz que os juízes foram 12, por várias razões, sobretudo pela importância do número (12 tribos, 12 apóstolos...). Nesse caso os nomes de Débora e Barac são colocados juntos, pois a história deles é contada junto, a partir de Juízes 4. |
Sansão da Separação a Queda
Juízes 13:25 Sansão da Separação a Queda
Filho de Manoá nascido de mãe estéril ( Jz 13:02 ) foi 11º juiz de Israel Sucedeu Adbon, Jz 13:05 DEUS queria que ele fosse um naziereu ( do Hebraico NAZIR da Raiaz NAZAR consagrado separado na THORÀ e o termo em que designa uma pessoa que se consagrada a DEUS por um tempo. NM 6 1-21. Era um voto no qual ele não deveria raspara a cabeça devia se apartar de bebida forte não tocar em cadáver e mais algumas coisas. Veremos na passagem de Sansão um processo de queda foi iniciado quando ele era para ser um SEPARADO de DEUS, que não perseverou nós conhecimentos e mandamento de DEUS, pois seus Pais desde pequeno já lhe passavam o modo de viver de um homem Separado para DEUS. Mais como nós que muitas vezes quando crescemos um pouco e estamos numa idade em nossos pais e DEUS são senhores das nossas vidas andamos por onde queremos e fazemos o que queremos. Não tenho pretençaõ de dar cajadadas em ninguém mais tome isto como um alerta, pois para Sansão a houve tempo mesmo que no fim da sua vida, mais isso não e regra e exceção.
Jz 14:4 DEUS usou a obstinação de Sansão para cumpri seus Planos, esse e um dos segredos para sermos bem-sucedidos na nossa vida de fé termos obstinação para as coisas de DEUS , e como foi com Sansão será connosco se colocarmos vontade de fazer a obra DEUS usará nossosplanos para fazer a Vontade de ele desde que isso não nós leve para a destruição.
Jz 14:07 Inicio da queda
Os processos de quedas não vem derrepente eles com o tempo exep:niguem se desvia do dia para noite, não dormimos Cristão e acordamos ímpios, os processos de queda geralmente se desenvolve com base nos nossos desejos que vamos nutrindo em nossos corações, Por isso esses processos de queda são simplesmente o ato , de nós externa mos nossos desejos que estão lá no nosso mais profundo quarto secreto. Assim como Sansão que deixou a sensualide a falta de vida intima com DEUS o levarem para um abismo quase sem volta.
Jz 15:07 Sansão Não lutava as lutas de DEUS mais tinha suas propias motivações ele lutava motivado por ódio e egoísmo sua vingança não era para libertar o povo de Israel da Opressão dos filisteus como era o Projeto Divino, Por isso irmão seria leviano eu dizer que Cristões não devemos estudar angariar uma posição melhor na sociedade, sim devemos lutar por tudo isso mais não devemos deixar que isso seja nosso combustível de vida, DEUS nós chamou para um plano melhor. Irmão sejamos guerreiros das nossas propias lutas como Gideão pensou em Ser Jz 6 11, mais vamos parar de olhar somente para o nosso cercado vamos para de olhar para nosso micro e vamos olhar macro de DEUS , como fez Gideão que livrou Israel da opressão dos midianitas com 300 homens contra um numeroso exercito. Jz 15:14 O espírito de DEUS se apodera de Sansão
Jz.16:20 Julgou Israel por 20 anos, e não fez nada do projeto original em que DEUS havia o Chamado , Não livrou o povo da mão dos Filisteus não fez nada de muito Grande e com relevo na Historia do Povo Judeu
Jz 16:19 Retirou-se De ele O Espírito de DEUS - por ele se deixar levar pelos seus desejos e de abandonar, os ensinamentos de DEUS nossos desejos nos levam a morte espiritual, não DEVEMOS nos entre a nossa propia vontade ( neste versículo vemos que Sansão foi dominado no propio desejo ele não foi pego em qualquer Lugar, foi pego no lugar onde seu coração deseja estar)
Jz 16:21 Ele escolheu ser calda : ao contrario do que nos relata a bíblia que seremos cabeça e não calda Dt 28:13, Sansão preferiu ser calda, como? Andando com povo estranho se afastando da companhia de DEUS deixando os ensinamentos que seus país tinha ensinado para ele desde a sua infância. Por isso irmão a nessecidade de estarmos junto a pessoas que nós remetem a DEUS e muito Grande, nos podemos ter comunhão com as trevas a bíblia e clara quando nós diz há alguma comunhão entre Luz e trevas? Jo 8:12, a Bíblia nos relata que DEUS nos porá por cabeça e não calda, mais irmão muitas vezes gostamos de ser calda, nos animais a calda tem a função de estabilizar a corrida, pulo e voô dos animais, mais nos humanos as caldas tem funções oposta as dos animais como: nos tirar a estabilidade limitar nossos voô e pulo.
Irmão Sansão nos mostra o que nos acontece quando nós desviamos doa caminhos de DEUS em Jz 16:21 ele foi posto num moinho no lugar de burro, imagem só um homem que ele para ser Juiz , Rei de Israel ali rodando dia e noite no lugar do burro irmão tem nos preparado um lugar de honra, mais nós gostamos de cantinhos mais humanos como uma moinho rodando e rodando como um burrinho.
A missericordia Divina como a como a bíblia nós revela e uma das açoes mais sublime de DEUS manifesta em nosso Favor foi assim com Noé após o diluvio, Foi assim com Davi, Foi Assim connosco através do sacrifico vicario na Cruz, Jz 16:28 O arrependimento de Sansão e a Misericordia divina para Com ele mesmo no seu ultimo ato DEUS o usou para vingar seu povo.Mesmo com todas suas fraquezas Sansão teve seu nome escrito na galeria dos heróis da fé Hb11:32 .
Lembre-se DEUS não se deixa escarnecer. Sola Fide,GodIs Loyal
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